ICNOVA, Plataforma colaborativa «O Outro Sou Eu»

Esta proposta consiste na criação de uma plataforma virtual de difusão, replicação e adaptação de micro-experiências em comunidade, as mais variadas e criativas. Tais experiências, registadas em vídeo ou noutras formas de fixação digital, podem assim vir a ser difundidas e, consequentemente, implementadas noutros lugares e por outros actores.

Trata-se de constituir uma rede de “boas-práticas-colaborativas”, admitidas por um Comité criado para o efeito e dotado de reconhecida legitimidade para as avaliar e sancionar. Num segundo tempo, essas experiências comunitárias exemplares circularão, à escala global, através da mobilização de comunidades espontâneas ou de associações humanitárias, educativas e culturais.

Este projeto foi o vencedor do concurso CNC 2018 “Vamos Mudar o Mundo” e foi apresentado na ONU ao Secretário-Geral, António Guterres e pela professora Doutora Maria Augusta Babo, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

O prémio que foi atribuído a esta ideia para mudar o mundo baseia-se na exploração das implicações filosóficas e políticas da injunção: O Outro Sou Eu.

Em torno desta ideia cuja formulação se enraíza na máxima de Rimbaud, Je est un autre, pretende-se desenvolver modos e processos de transubjectivação. Entende-se, neste âmbito, que a subjetivação é um trabalho que os indivíduos fazem sobre si próprios a partir de práticas transindividuais ou coletivas. Dois eixos teóricos constituem a base deste projeto que aqui se apresenta: por um lado uma filosofia do sujeito, por outra, a sua dimensão ético-política. Não há sujeito à margem da constituição desse lugar, dessa posição do ethos no político.

Em que medida é político o processo de subjetivação? O Outro sou Eu – desloca a reflexividade e coloca a alteridade como fundadora do si-mesmo. Não determina uma essência do eu mas a sua relação. Esta perspetiva de análise do sujeito fá-lo sair da redoma da autorreflexividade onde o idealismo sempre o colocou, confinando-o a uma essência, para o recolocar na dependência das alteridades com as quais ele se confronta e perante as quais se posiciona.