Conceito de Economia Social

A Economia Social é um conceito que se refere a um conjunto de atividades económicas e iniciativas que têm como objetivo principal o bem-estar da comunidade e a promoção do desenvolvimento sustentável,  concretizadas por entidades como Cooperativas, Associações Mutualistas, Fundações, Misericórdias, Associações  de Solidariedade Social, Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, Associações de Desenvolvimento Local, que têm uma finalidade social e uma forma de gestão participativa e democrática, que procura garantir a participação ativa dos membros em todas as decisões importantes.

Este Terceiro Setor, cooperativo e social, carateriza-se através de uma organização formal, independente, autónoma e de propriedade cooperativa, associativa ou social e está associada ao empreendedorismo social coletivo, associação voluntária, economia solidária, economia comunitária e Inovação Social. A Economia Social pode ser uma alternativa para jovens empreendedores que desejam criar atividades económico-sociais, de forma coletiva, aliando a rentabilidade económica com o benefício social e, assim, é possível unir a vontade de empreender com a procura por soluções para os desafios sociais que enfrentamos e contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade.

Embora a Economia Social tenha alguns constrangimentos, como o acesso limitado a financiamento e dificuldades para competir com empresas tradicionais (setor privado), tem como objetivo principal gerar valor social e isso não significa que as organizações da Economia Social não devam gerar resultados positivos, a fim de garantir a sua sustentabilidade económica e social. O que distingue uma entidade da Economia Social de uma empresa do setor privado (capitalista), é que esta tem como fim a maximização do lucro para os seus proprietários, de forma a maximizar a remuneração do capital investido, enquanto que a entidade da Economia Social visa a maximização da utilidade para os seus associados, membros ou utentes, prosseguindo, direta ou indiretamente, o interesse geral da sociedade e tendo como condição a sua sustentabilidade económica e financeira.

A Economia Social cria valor, com princípios de justiça social, de solidariedade, de inclusão social, de reciprocidade entre os indivíduos e as organizações, que constituem a grande oportunidade para transformar a economia, para menos desigualdade, com modelos económicos dedicados ao interesse coletivo e à satisfação das necessidades sociais, com capacidade de implementar e/ou orientar as políticas para o desenvolvimento sustentável e a melhoria do bem-estar das populações. As entidades da Economia Social estão presentes, na generalidade das atividades económicas como agricultura, indústria, construção, habitação, comércio, banca, seguros, educação, saúde, segurança social, cultura, desporto e lazer.

Devido às suas características, as entidades da Economia Social, têm sido as responsáveis pela existência de uma abordagem melhorada que consiste em privilegiar as pessoas em detrimento do capital. Consequentemente, não se prefiguram apenas como sendo organizações produtoras de bens ou serviços, mas também como produtoras de conexões sociais, que são fundamentais para criação do “capital social” e para criar soluções inovadoras de resposta a desafios sociais e ambientais e para o desenvolvimento local.

Algumas tendências recentes na Economia Social incluem o aumento do uso de tecnologias digitais e de plataformas cooperativas para a criação e expansão de atividades económico-sociais, bem como, o crescimento de iniciativas de economia circular e de impacto ambiental positivo. Além disso, a pandemia de COVID-19 destacou a importância das entidades da Economia Social no apoio às comunidades locais e na prestação de serviços essenciais em momentos de crise.